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Escrita criativa

 

                                                "Post Triunfal"

 

Teclo à luz do computador e os meus dedos doem-me

A curvatura das minhas costas implora por uma cama dura

E ouço a uma distância sons abafados de uma nova moda

É o tecno e o dumbstep!

 

Ah, magnífica e prestigiosa Internet

Que só vantagens trouxeste!

Antes de ti, havia vida?

É todo o tempo que nos consomes e que nós te consumimos

Hora vaga? Nunca!

Tempo precioso de admiração de bits, bites e megas de informação!

É cultura dentro da cultura, de uma cultura que não é nossa

 

Ah tecnológico e avançado futuro!

São os carros híbridos e a condução smart

É o teclado qwerty e o touch nos tablets

São os iPads, os iPods e os ai deus!

É Silicon Valley e as cidades inteligentes

É ter tudo e ser moda, é ter nada e ser parte,

Parte de algo que estava ligado, não por cabos, mas por corações…

 

É ser youtuber, blogger e usuário

É ter conta e não pagar nada

É toda uma parafernália de vídeos, imagens e letras!

É o download e a partilha de ficheiros

É uma geração pirata, pirata d’uma outra mais criativa

 

Ah querer estar em todas as redes sociais e escolher só uma!

Aquela que nos toca desde a ponta dos dedos regelados a um coração vazio

Aquela em que está lá toda a gente, mas é como se não estivesse

Aquela onde a vida acontece e a alma adormece

 

Ah grande, azulado e perfeito Facebook!

São os gostos, o post e a partilha

São as quedas, o comment e a pornografia

É toda uma comunicação social feita por máquinas

Supra máquinas! Que regem os nossos instintos

Que já nem sequer pertencem a uma espécie, mas antes a um chip

 

É ser tudo e mesmo assim não estar perto

É nesta confusão de imagens ilusão que algo surge

Meus deus, deus meu!

Há quanto tempo não te vejo?

Até tu já existes numa realidade virtual!

Uma realidade sem dor, tragédia ou desgraça

Onde só apareces tu no meio da praça

Praça onde brincavas, onde imaginavas vir a ser doutora ou enfermeira

Modelo ou dona de casa

Tempos passados, tempos corridos e levados por uma corrente qualquer

Corrente essa que não volta para trás

Segue em frente sem pensar nos demais

E tu continuas ali, especada

À espera de mim? Certamente não…

Esses momentos já passaram em vão

Então, o que hei de dizer?

Hesito e deixo, deixo ver-te pela minha memória

Memória de um outrora onde tu tinhas toda a minha glória

E não passavas de um grande amor

 

Mas agora eu corro e penso

Fujo e demoro

Não há tempo a perder, não há nada a esquecer

Não há nada a aprender, se não que o ontem acontece e o futuro aconteceu

 

E o tempo passa e o crepúsculo vem…

Tiago Leal, nº 26, 12ºA

 

  • pedropreha
    pedropreha on 2013-03-08
    É um privilégio poder ver a influência de Pessoa em jovens escritores! Ainda para mais quando a originalidade e a criatividade são evidentes. Estas palavras, inspiradas em Pessoa, revelam uma compreensão e gosto pela poesia do autor.

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on Dec 06, 12